Às vezes você tem vontade de trocar aquele piso da cozinha que está ali colocado há anos? Na sala de estar, quer derrubar uma parede para ganhar mais espaço, mas nunca decide nada? Já está cansado de ouvir dos amigos e familiares que mudanças na casa costumam ser caras e nunca saem do jeito que planejamos? A úlcera ataca só de ouvir a voz do pedreiro, que parece que vive testando a sua paciência toda vez que pede um prazo maior? Pois é.
Ninguém está imune a passar por estresse na reforma do lar. No entanto, os problemas só se confirmam quando, diante do processo de repaginar a casa por inteiro, não é feito um planejamento para que todas as etapas sejam solucionadas da maneira esperada, dizem em uníssono os arquitetos ouvidos. Especializados em questões práticas, que não deixam de estar relacionadas diretamente ao bem-estar psíquico e emocional, eles estenderam seus domínios para além das obras e também prestaram uma consultoria técnica para esta reportagem. Veja alguns de seus conselhos para lidar com os contratempos e vivenciar novas mudanças sem preocupações.
1 DEFINA O PROJETO
Ficar praguejando porque são muitas as ideias não ajuda em nada. Busque discutir com os moradores envolvidos a concepção da obra, para que consiga agradar a todos. Uma boa pesquisa com arquitetos ou designers de interiores pode ajudar nas tendências e dicas. “Além do layout, é igualmente importante fazer um levantamento de toda a área a ser reformada e estudar as questões elétricas e hidráulicas”, comenta o arquiteto Cristian Illanes. Listar móveis ou equipamentos que serão dispostos no espaço é fundamental.
2 ADMINISTRE DESPESAS
O orçamento lhe dará o limite para gastar com cada item da reforma. Pesquise o preço de mão de obra e materiais com no mínimo três prestadores de serviços, e tenha em mente que uma verba baixa não pressupõe necessariamente o fim dos seus sonhos. “Drible a situação com atividades que você mesmo possa fazer, como pintura ou reforma de móveis”, recomenda a arquiteta Nátali de Mello. Deixe a parte pesada para a equipe de obra, como trocar piso e canos. Preveja 20% a mais do dinheiro para possíveis danos.
3 AGENDE O SERVIÇO
Com o projeto da obra em mãos e sabendo quais serão seus fornecedores, faça um cronograma. “Perguntar para o corpo técnico a quantidade de tempo que levará na execução do serviço total pode ser um dos quesitos para a seleção”, orienta a arquiteta Bruna Turquiai. Agora, para estipular o prazo para cada etapa, separe-as em duas categorias de serviços: primeiro os brutos e, logo após, os de acabamento. Em seguida, veja se algum profissional depende do trabalho do outro e faça uma lista de prioridades.
Para não criar inimizade com seus vizinhos, evite o trabalho na obra até depois das 17h, já que a maioria das pessoas chega a seus lares a partir deste horário.
4 ENCOMENDE O MATERIAL
O ideal é estar com tudo, ou com a maior parte dos componentes, no local da reforma antes mesmo da chegada dos profissionais. Na hora de comprar, evite variar muito de loja, assim, ao fechar negócio, seu desconto poderá ser maior. Alguns fornecedores têm produtos ou serviços mais baratos, mas o prazo de entrega costuma ser longo. “Para não se precipitar, vale pedir indicações, consultar especialistas e visitar obras que já tenham sido feitas”, revela Nátali de Mello. Na internet, evite garimpar em sites desconhecidos.
5 EXPERIMENTE
A OBRA Reformar leva mais tempo do que construir a partir do zero, isso é fato. “Por isso, a decisão de permanecer no imóvel ou deixá-lo durante o prazo da execução do serviço deve vir da relação dos moradores com a obra”, explica o arquiteto Victor Marinho. Para a arquiteta Bárbara Oriani, “é possível conviver com a reforma se ela ocorrer em apenas um cômodo”. Se for na casa inteira, o ideal é se mudar e acompanhar de longe para não causar interferências durante o processo e comprometer o cronograma.